Manchas de óleo que atingiram litoral cearense foram lançadas por navio grego, conclui Polícia Federal

Com a conclusão do inquérito, a PF indiciou os responsáveis pela empresa dona da embarcação pelos crimes de poluição, descumprimento de obrigação ambiental e dano a unidades de conservação.

3 de dezembro de 2021

Reprodução

A Polícia Federal (PF) informou nesta quarta-feira, 2, que um navio petroleiro de bandeira grega teria sido o responsável pelas manchas de óleo que atingiram 11 estados do litoral brasileiro entre agosto de 2019 e março de 2020, incluindo o Ceará. A conclusão veio a partir de investigações realizadas pelo órgão em parceria com diversos instituições nacionais e internacionais.

Com a conclusão do inquérito, a PF indiciou os responsáveis pela empresa dona da embarcação pelos crimes de poluição, descumprimento de obrigação ambiental e dano a unidades de conservação. O comandante e o chefe de máquinas do navio também foram implicados na peça investigativa. O documento será encaminhado ao poder Judiciário Federal e Ministério Público Federal (MPF) no Rio Grande do Norte, onde o caso passou a ser investigado pelas autoridades desde o surgimento das primeiras manchas.

Além de transformar a paisagem natural de boa parte do litoral brasileiro, o petróleo cru que invadiu  praias País afora também custou caro aos cofres públicos. Órgãos ambientais do Governo Federal e dos governos estaduais e municipais precisaram montar uma verdadeira força-tarefa para retirar o material poluente das faixas de areia. No Ceará, por exemplo, mais de 500 quilos de óleo foram recolhidos pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) em apenas um fim de semana.

De acordo com a PF, os custos arcados por União, Estados e Municípios para a limpeza de praias e do oceano foram estimados em mais de R$ 188 milhões. O montante foi fixado como valor mínimo para um eventual pedido de indenização à empresa proprietária do navio em virtude do dano ambiental causado pela em território brasileiro.

De acordo com mapa elaborado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), as três localidades do Ceará mais atingidas pelas manchas de óleo foram a Praia do Cumbuco, em Caucaia; Lagoinha, em Paraipaba; e Pontal do Maceió, em Fortim. Nos primeiros três meses após o aparecimento da substância no Ceará, período que ficou conhecido como “crise do óleo”, cerca de 22 toneladas de petróleo foram removidas de ao menos 29 praias do litoral cearense, segundo a Semace.

Info: O Povo

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